Quando os dias dos samurais chegaram ao fim, a arma de fogo substituiu a espada, e foram desenvolvidos novos métodos esportivos para praticar as artes marciais. Finalmente, apareceram no Japão numerosas e diferentes variações de jiu-jítsu, incluindo-se caratê, aikidô e judô. Mas faltavam a essas artes as partes essenciais que a arte completa do jiu-jítsu originalmente possuía.
Foi só depois que a arte desportiva do judô e a arte combativa do jiu-jítsu foram ensinadas à família Gracie no Brasil, que a verdadeira arte do jiu-jítsu ressuscitou. O jiu-jítsu japonês (praticado como judô) foi apresentado à família Gracie, no Brasil, ao redor de 1914, por Esai Maeda, também conhecido como Conde Koma. Maeda era campeão de jiu-jítsu e discípulo direto de Kano, na Kodokan do Japão. Nasceu em 1878, e tornou-se aprendiz de judô (o jiu-jítsu de Kano) em 1897.
Em 1914, Maeda teve a oportunidade de viajar para o Brasil, como parte de uma grande colônia de imigração japonesa. No Pará, estado brasileiro da região norte, tornou-se amigo de Gastão Gracie, empresário influente que ajudou Maeda a estabelecer-se. Para demonstrar sua gratidão, Maeda prontificou-se a ensinar o jiu- jitsu japonês tradicional a Carlos Gracie, filho mais velho de Gastão. Carlos aprendeu por alguns anos e, depois, passou seu conhecimento para os irmãos.
Helio Gracie, o mais novo dos oito filhos (três eram meninas) de Gastão e Cesalina Gracie, sempre havia sido uma criança fisicamente delicada: subia um lance de escadas e tinha vertigens, ninguém sabia por quê.